A HISTÓRIA

No final dos anos 70, mais precisamente em 1978, recebemos uma herança que se revelou muito interessante. Foram três arcas de madeira marchetada, contendo livros, papéis, cartas, documentos contábeis e anotações manuscritas. Por mais de um ano, todo tempo livre foi dedicado a ver, ler e conhecer o conteúdo das arcas. Muitas obras interessantes, livros de caixa, borrões e penas com seus respectivos tinteiros, história de um comércio de 80 anos.

Uma pequena pasta, bem amarelada, com os cantos quebrados e uma etiqueta, nos chamou a atenção. Em nanquim já meio apagado, em letra cursiva, estava escrito “Receitas do Francês”.Ao abrir, encontramos, presas por 2 percevejos, muitas folhas de papel de linho, com escrita cuidadosa e detalhada, um verdadeiro e precioso livro de receitas francesas; hoje já universalizadas, mas que quando foram copiadas, deveriam ser verdadeiros tesouros. Pratos com carnes diversas, peixes, saladas, molhos, doces, salgados, etc. Também receitas de coquetéis e licores.

Entre licores tradicionais de frutas e ervas, um em especial nos chamou a atenção. Denominado de “Cordial” e elaborado com conhaque, nos pareceu muito interessante. Resolvemos fazê-lo. Compramos uma garrafa de Cognac Hennessy e fabricamos a bebida. Três meses depois, após o almoço de Domingo resolvemos beber o licor. Surpresa! Simplesmente inacreditável, delicioso ou melhor, merveilleux! Todo mundo sorrindo, comemorou a descoberta que fechou nosso almoço de forma magistral.

Continuamos a fazê-lo regularmente, em pequenas quantidades, que bebíamos e presenteávamos os amigos. Quando no início dos anos 90, o preço do conhaque francês ficou proibitivo, buscamos alternativas com outros tipos de álcool. Álcool de cereais e depois a vodca, não aprovaram. Rum, não era o ideal, mas ficou aceitável. Um dia resolvemos fazer com cachaça de qualidade. Nova surpresa, o licor ficou excelente. Tínhamos novamente uma bebida sensacional e de gosto refinado. Por essa ocasião, a procura crescia pelos parentes, amigos e colegas de trabalho. Sempre nos perguntavam porque não comercializávamos o licor.

Algum tempo depois, em 1993, começamos a vendê-lo. E assim foi crescendo, aumentando a procura. Era 1995, quando criamos a personalidade do produto, com rótulo e nome. Em 1997 começamos a produzir nossa cachaça e com ela o Licor de Cachaça, já iniciando a venda ao comércio, principalmente no Mercado Central em Belo Horizonte.

Nesta ocasião, pareceu-nos interessante realçar as características culturais envolvidas no processo, a Cachaça de Minas, o Imigrante Europeu e sua adaptação, a formação histórica de Minas Gerais, com suas cidades ímpares; identificando Diamantina como a mais secreta das cidades e rainha do precioso e cristalino diamante, inspiração para o nosso também precioso e secreto licor. Único, Incomparável, Histórico e Cultural, orgulhosamente apresentamos o “Licor de Cachaça” Règis Armmont.