A HISTÓRIA Em meados dos anos 80, o fundador da cachaça Vale Verde, o empresário criador da cerveja Kaiser, Luiz Otávio Pôssas Gonçalves, buscou na Europa técnicas para aprimorar fermentação e destilação, assimilando tecnologias usadas na fabricação de uisques finos. Em 1985, nasce então a Cachaça Vale Verde Extra Premium, envelhecida por 3 anos, seguindo modelo internacional de produção de destilados. A cachaça Vale Verde é envelhecida nos tonéis de carvalho europeu. Os barris recebem o selo do Ministério da Agricultura e são lacrados para envelhecimento por 3 anos, sendo liberada para comercialização apenas após esse período. Mais de dois mil barris estão hoje armazenados num galpão de mais de 100 metros de comprimento, mantidos sob temperatura e umidade controladas por um sistema interno de circulação de água. O proceso de produção da Vale Verde foi o primeiro a ser reconhecido pela Ampaq (Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade) e hoje possui certificação voluntária do INMETRo, órgão de reconhecimento internacional. Para completar, os alambiques da Vale Verde estimular a gestão ambiental, exercendo práticas sustentáveis em todo o processo de produção. É produzida na fazenda Vale Verde que, além de engenho de cachaça, é também um parque ecológico, com visitas guiadas onde se podem conhecer os "segredos" da produção. Segundo os produtores, suas técnicas de fermentação e destilação foram baseadas naquelas praticadas na Europa para fabricação de whiskies. ORIGEM DO NOME Vale Verde é o nome da fazenda onde essa cachaça é produzida. |
| SOBRE A CACHAÇA Considerada uma das melhores cachaças do Brasil, a artesanal cachaça Vale Verde é produzida no alambique do Parque Ecológico, localizado em Betim, a 42 km da capital. No local, considerado um dos melhores empreendimentos turísticos para se visitar no entorno de Belo Horizonte, o visitante pode acompanhar de perto todo o processo de produção da cachaça, desde a colheita até o momento de engarrafar a bebida. A Vale Verde foi premiada pela terceira vez consecutiva, na Revista Playboy de 2011 como a melhor cachaça extra premium do Brasil, e pelo Prêmio Cachaça Masters 2010, da revista inglesa The Spirit Business, sendo medalhista de ouro nas categorias envelhecida, com a Vale Verde Extra Premium, e não envelhecida, com a Minha Deusa. Além disso a Vale Verde conta aindo com os produtos: Licor do Mestre, Gelatina de Cachaça, Vale Verde Edição Presente e vale Verde 12 Anos. |
IRMÃS GÊMEAS DE PADRÃO INTERNACIONAL Elas fazem parte de uma geração de cachaças preocupada com a qualidade da bebida e a saúde do consumidor. Gêmeas de 25 anos, a Vale Verde tem corpo dourado; a Minha Deusa, pele prateada. Ambas envelhecidas durante três anos. A primeira, em barris de carvalho. A segunda, em barris de grápia. As duas nasceram das mãos do empresário Luiz Otávio Pôssas Gonçalves, que na boca pequena do mercado é considerado um Midas. Por onde passou no ramo de bebidas, há emblemáticas histórias de sucesso. Ex-proprietário da Refrigerantes Minas Gerais, franquia mineira da Coca-Cola, criou a Kaiser no Brasil, numa ideia considerada tão ousada à época pelo presidente do grupo mundial, Donald Keough, que Luiz Otávio recebeu apenas "um dólar" de contribuição para a empreitada. O empresário ainda guarda a nota, colocada numa moldura. Dessa trajetória, carregou na bagagem a experiência necessária para dar vida à Fazenda Vale Verde, propriedade da família no município de Betim, a poucos minutos de Belo Horizonte. Ali, construiu um alambique com tecnologia europeia e tornou-se o precursor no uso desse conhecimento na produção de cachaça. "Para abrir a fábrica da Kaiser tive de viajar para o exterior, pesquisar na Europa os vários métodos de destilação e fermentação, tanto de cervejas como do uísque e do vinho. Quis aplicá-los na produção da cachaça", explica Gonçalves. Na avaliação de especialistas do setor, o projeto significou também o início da profissionalização da produção de cachaça artesanal, a partir de meados dos anos 1980. O modelo de alambique de Luiz Otávio passou a mostrar, ano a ano, que a qualidade estava vinculada à tecnologia. "Naquela época, a maioria dos alambiques trabalhava sem aporte científico e tecnológico. Primeiro, inovamos ao selecionar a cana e a não queimá-la. Na produção da Vale Verde também retirei a fermentação com fubá, que embora seja mais rápida não é de boa qualidade e gera mais acidez. Passamos a usar somente a fermentação natural e leveduras selecionadas", lembra Luiz Otávio. Já a garapa extraída da moagem da cana era centrifugada, decantada e filtrada antes de ir às dornas de fermentação. No processo de destilação, a cachaça que saía do alambique passava por um filtro de resina catiônica, que assegura a retirada de metais pesados, como o cobre e o zinco; e, depois, por um filtro de carvão, responsável pela redução da acidez. "Um costume antigo dos produtores de cachaça artesanal era usar o fogo direto, a partir da queima de lenha ou do bagaço de cana, para aquecer o alambique e fazer a destilação. Um dos cuidados que tivemos desde o início foi fazer a destilação a vapor, porque assim se consegue o aquecimento do caldo a uma temperatura gradual e constante, o que faz com que o álcool superior (mais volátil) se separe primeiro. Esse álcool é pior para a saúde. Enfim, com esse processo conseguimos fazer uma separação melhor". Além do investimento em tecnologia e do incentivo à profissionalização do setor, a cachaça Vale Verde também foi pioneira, entre os produtores de bebidas destiladas, na área da preservação ambiental. Em 2002, criou o Vale Verde Parque Ecológico com o objetivo de oferecer aos visitantes um espaço de lazer, diversão e ecoturismo. São 30 hectares onde estão dispostos um orquidário com mais de 20 mil orquídeas e viveiros de pássaros silvestres como papagaios, araras, tucanos e lóris, entre outros. Há ainda um parque de pesca, uma horta orgânica, passeios de charrete e pedalinhos, além de trilhas ecológicas para o visitante. Na propriedade, um acervo com quase 2 mil garrafas, de diversas marcas de todo o Brasil, estão reunidas no Museu da Cachaça, que atrai a atenção dos apaixonados pelo assunto. "A receita obtida na venda das cachaças Vale Verde é revertida, integralmente, em ações de preservação ambiental do parque. Além disso, empresas, instituições governamentais e de ensino mantêm parcerias conosco, desenvolvendo ações de responsabilidade ambiental e social", informa o gerente geral da Fazenda Vale Verde, Rafael Gonçalves Horta. O Parque Ecológico recebe a média mensal de 6,5 mil visitantes, o que demonstra o sucesso da iniciativa. "Estamos incentivando os jovens a ações de preservação ambiental, oferecendo conhecimento sobre a fauna e a flora. Além dos benefícios sócio-ambientais do parque, conseguimos divulgar a nossa marca", comenta o gerente. Atualmente, a Vale Verde e a Minha Deusa são vendidas para quase todas as regiões do Brasil. Segundo o gerente Rafael Gonçalves Horta, as duas marcas já podem ser encontradas nas regiões Sudeste e Sul, em quase todos os estados do Nordeste, bem como no Distrito Federal, em Goiás, no Mato Grosso, Amazonas, Pará e Acre. Sinônimos de cachaças de qualidade, a Vale Verde e a irmã, Minha Deusa, carregam o reconhecimento de organismos públicos e privados, além de revistas nacionais e internacionais. A Vale Verde foi, por exemplo, a primeira cachaça a receber o Selo de Qualidade AMPAQ (Associação Mineira de Produtores de Aguardente de Qualidade) no começo da década de 1990. Em 2007, obteve o selo de qualidade do Inmetro e foi escolhida a melhor cachaça brasileira no Ranking de Cachaças da Revista Playboy. Pela mesma publicação, a Vale Verde recebeu, em 2009, o primeiro lugar na categoria Melhor Cachaça Extra Premium. E em 2010, quando os produtos completam 25 anos de lançamento, a revista europeia Drink Business concedeu a medalha de ouro à cachaça envelhecida Vale Verde e à não envelhecida Minha Deusa. A cachaça Minha Deusa segue os mesmos padrões de produção da Vale Verde. Tem, no entanto, escala produtiva menor, de 20 mil litros por ano, enquanto a Vale Verde produz anualmente 150 mil litros. "A Minha Deusa foi idealizada para atender ao público que prefere a cachaça branca. A ideia era ser uma bebida para fazer batidas e coquetéis, e com preço mais baixo", explica Rafael Horta. Sobre o futuro da cachaça de alambique, Luiz Otávio defende a busca pela qualidade. "Vejo muito futuro para a cachaça, principalmente agora que temos a certificação que diferencia o bom produto do ruim. Defendo que haja essa segmentação do mercado, é preciso que um órgão governamental incentive isso, essa competição, essa definição da origem da cachaça e o seu modo de produção, porque aí ela vai ampliar o seu público. Porque há um público específico para a cachaça artesanal, que é diferente da bebida industrializada", completa. Fonte:Cachaças de Minas Gerais - Sebrae |